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domingo, 27 de julho de 2008

Terça-Feira 01 de Maio de 2007

Madeleine chora na ausência dos pais...

O Dia 1 de Maio, no Algarve, é comemorado com piqueniques no campo, comem-se os primeiros caracóis e exibem-se os Maios, nas bermas das estradas, à porta ou à janela das habitações. Os Maios são bonecos de trapos, cheios de palha, representando cenas do quotidiano ou sátiras sociais. É uma arte popular e centenária, que enche caminhos e lugares algarvios numa multiplicidade de cores confundido-se com a beleza natural da Primavera.~
Desconhecemos se Madeleine viu os Maios. No período compreendido entre as 10 h e as 11 h, Madeleine joga mini-ténis com as outras crianças da creche. Na tarde desse dia os pais levaram-na à praia, depois das 13 h 30, na companhia dos irmãos, mas apenas ali estiveram cerca de 20 minutos, porque o tempo se alterou, ficando o céu encoberto e baixando a temperatura. Numa esplanada de praia terá comido um gelado, enquanto um guitarrista com aspecto desleixado, tocava música latina, pedindo esmola. Da praia as crianças regressaram ás creches. O campo de ténis nº 1 encontra-se reservado em nome de McCann, para o período das 14 h 30 ás 15 h 30. Pelas 15 h 30 as responsáveis pelas creches levam as crianças á praia, fazendo um percurso de 100 metros. Vão em fila agarradas a um objecto comprido em forma de cobra, o summy snake. Permanecem ali até ás 16 h 30, brincando e fazendo actividades na areia.
Chegada a hora do jantar dos adultos as crianças ficam de novo sozinhas em casa. No livro da recepcção do restaurante "Tapas", uma funcionária mais diligente escreve a marcação do jantar e anota que alguns elementos daquele grupo de turistas se levanta de vez em quando, para ir ver os filhos que se encontram nos apartamentos. Durante uma hora e quinze minutos, entre as 22 h 30 e as 23 h 45, Madeleine chora dentro do apartamento em que se encontra com os seus dois irmãos, ao mesmo tempo que chama pelo pai. Só para de chorar quando os pais regressam a casa.


Transcrição na integra do descrito nas páginas 33 e 34 do livro "Maddie A verdade da Mentira" por Gonçalo amaral