Coruche num só click...

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Uma história de amor...

No dia que nasceu a nossa filha, o meu marido, não sentiu grande alegria. Por que a decepção que sentia parecia, ser maior do que a alegria de ter uma filha.
Ah!!! Eu queria um rapaz!!!! Lamentava-se o meu marido.
Em poucos meses ele deixou-se cativar pelo sorriso da nossa linda Carmenzita e pela infinita inocência do seu olhar fixo e penetrante, foi então que ele começou a amá-la com loucura.
A sua carinha, o seu sorriso não se separaram mais dele. Ele fazia planos sobre planos, tudo seria para a nossa Carmenzita.
Numa tarde estávamos reunidos em familia, quando Carmenzita perguntou ao pai: Pai,... Quando eu fizer quinze anos, qual será meu presente?
Ele respondeu-lhe: Meu amor, tu tens apenas sete aninhos, não te parece que falta muito tempo para essa data?
Respondeu Carmenzita:Bem paizinho,... tu tás sempre a dizer que o tempo passa a voar...!

O Tempo foi passando...
E Carmenzita já tinha catorze anos, era a alegria da casa, especialmente do coração de pai.
Num Domingo fomos a igreja, Carmenzita tropeçou, o pai de imediato agarrou-a para que não caisse...Já sentados nos bancos da igreja, vimos como Carmenzita foi caindo lentamente e quase perdeu a consciência.
O pai agarrou-a e levou imediatamente para o hospital. Alí ficou cerca de dez dias e foi então quando o informaram que Carmenzita sofria de uma grave doença que lhe afectava seriamente o coração.
Os dias foram passando, o pai renunciou ao seu trabalho para dedicar-se exclusivamente a Carmenzita. Eu sua mãe, decidi trabalhar, pois não suportava ver Carmenzita sofrendo tanto.
Numa manhã, ainda na cama, Carmenzita perguntou ao pai:
Pai? Os médicose disseram-te que eu vou morrer?

Respondeu o pai:
Não meu amor...não vais morrer, Deus que é tão grande, não permitiria que eu perca o que mais tenho de sagrado neste mundo.
Nesse mesmo dia à tarde, fomos informados pelos médicos que nossa Carmenzita necessitava de um transplante de coração, pois caso contrário ela só teria mais vinte dias de vida.

UM CORAÇÃO! ONDE CONSEGUIR UM CORAÇÃO? UM CORAÇÃO! ONDE, MEU DEUS ?

Nesse mesmo mês, Carmenzita completaria os seus quinze anos.
E foi numa sexta-feira á tarde quando os médicos conseguiram um dador.
Foi operada e tudo bem.
Carmenzita permaneceu no hospital mais quinze dias e nem uma unica vez o seu pai a foi visitr.
Entretanto, os médicos deram-lhe alta e ela foi para casa.
Ao chegar a casa Carmenzita com ansiedade gritou:Pai! Paizinho !... Onde estás?

Foi ai que lhe entreguei a carta que o seu pai deixara para ela:

"Carmenzita, filhinha do meu coração: No momento em que leres a minha carta, já deves ter quinze anos e um coração forte batendo no teu peito, essa foi a promessa que me fizeram os médicos que te operaram. Não podes imaginar quanto lamento não estar ao teu lado neste instante.
Quando soube que morrerias, decidí dar-te a resposta á pergunta que me fizestes quando tinhas sete aninhos e a qual não respondí. Decidí dar-te o presente mais bonito que ninguém faria por ti minha filha...Dou-te de presente a minha vida inteira sem nenhuma condição, para que faças com ela o que queiras. Vive filha!! Amo-te com todo o meu coração!!
“Carmenzita chorou todo o dia e toda a noite;
No dia seguinte foi ao cemitério e sentou-se sobre a campa do seu pai; chorou tanto como ninguém poderia chorar.
e sussurrou:
" Pai,...Olha agora posso compreender quanto me amavas eu também te amava e ainda que nunca tenha dito, agora compreendo a importância de dizer-te "Eu Amo-te" e peço perdão por ter guardado silêncio tantas vezes ".

Nesse instante as copas das árvores balançavam suavemente, cairam algumas folhas e florzinhas, e uma suave brisa tocou a face de Carmenzita, olhou para o céu, tentou enxugar as lágrimas do seu rosto, levantou-se e voltou para casa.

Sem mais palavras...

Podemos fazer a diferença...

A professora Teresa conta que no seu primeiro dia de aulas parou em frente dos seus alunos do 5ª Ano e, como todos os demais professores, disse-lhes que gostava de todos por igual.
No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado
um garoto chamado Ricardo.
Ela, aos poucos, notava que ele não se dava bem com os colegas da turma e muitas vezes as suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.
Houve momentos em que ela sentia um certo prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano lectivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das suas anotações.
Ela deixou a ficha do Ricardo para último, mas quando a leu foi grande a sua surpresa...

Ficha do 1º ano:

“Ricardo é um menino brilhante e simpático. Os seus trabalhos estão sempre em ordem e bem apresentados. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.”

Ficha do 2º ano:

“Ricardo é um aluno excelente e muito querido para os seus colegas, mas temandado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida na sua casa deve estar sendo muito difícil.”

Ficha do 3º ano:

“A morte da sua mãe foi um golpe muito duro para o ele. .Ele procura fazer o melhor, mas o seu pai não tem nenhum interesse e logo a sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.”

Ficha do 4º ano:

“Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.

Ela deu conta do problema do Ricardo e ficou terrivelmente envergonhada...
E ficou pior quando se lembrou dos lindos presentes de Natal que recebera dos alunos, com papéis coloridos, excepto o de Ricardo, que estava enrolado num papel de supermercado.
Lembrou-se que abriu o presente com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver que era uma pulseira que lhe faltavam algumas pedras e um frasquinho de perfume já meio utilizado.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço
e um pouco de perfume sobre a mão.
Naquele momento Ricardo ficou um pouco mais de tempo na escola do que o de costume.
Relembrou, ainda, que ele lhe disse:

- A senhora está cheirosa como minha mãe!

E, naquele dia, depois que todos irem embora, a professora chorou durante muto tempo...!
Em seguida, decidiu mudar a sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção
aos seus alunos, especialmente a Ricardo.
Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano lectivo, Ricardo foi o melhor da turma.
Seis anos depois, recebeu uma carta de Ricardo contando que havia concluído o secundário e que ela continuava a ser a melhor professora que tivera.
As notícias repetiram-se, até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Ricardo seu antigo aluno.

Mas a história não terminou aqui...
Tempos depois recebeu o convite de casamento e a notificação do falecimento do pai de Ricardo. Ela aceitou o convite e no dia do casamento usou a pulseira que o Ricardo lhe ofereçera anos antes, e também o perfume.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Ricardo disse-lhe ao ouvido:

“Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.”

E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou:
“Engano teu! Depois que te conheci aprendi a leccionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma dum educando.
Mais do que avaliar as provas e dar notas o importante é ensinar com amor mostrando que sempre é possível fazer a diferença...”

Afinal,
o que realmente faz a diferença? É o fazer acontecer a solidariedade, a compreensão, a ajuda mútua e o amor entre as pessoas...

O resto vem por acréscimo...fiquem bem...!